Laerte, ontem na Folha (Pena que não consegui reproduzir aqui os quadrinhos)
"- Então não vão existir carros, vô?
- Não como os que conhecemos hoje. Daqui a 50 anos, em 2007, os carros vão deslizar sem tocar o chão - a cidade será tranqüila e silenciosa... Você vai ter 60 anos e eu, 120.
- Vamos ser dois velhinhos."
domingo, 25 de novembro de 2007
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Exemplos humanos
Dona Cida vive com o marido e com os três filhos em um apartamento no Brás. Ganhou um quadro para colocar na sala, mas preferiu pendurá-lo em frente aos dois elevadores do edifício onde mora. Todos a conhecem e sorriem para ela. Os moradores do número 76 da rua Joaquim Carlos vivem em comunhão. Recuperaram um prédio degradado com ajuda do Programa de Arrendamento Residencial, do governo federal. O que parecia "o cadeião de Pinheiros", de acordo com mais de um relato, transformou-se em um lugar agradável para viver. O salão de festas será pintado e decorado para o Natal; seis computadores conectados à internet banda larga serão instalados ao lado da sala de leitura das crianças, que já existe. Tudo foi conquistado na base da organização e da cooperação. Aposto que vivem melhor do que muitos da classe média, enfurnados em seus apartamentos estilo Edifício Master, incapazes de dizer 'bom dia' para o vizinho. A diferença está em perceber como o outro faz parte de você.
No mesmo dia em que visitei o simpático prédio no Brás pela CartaCapital, presenciei uma cena grotesca num ônibus da linha 695X Metrô Jabaquara-Terminal Varginha, ao voltar para casa. Três idosos tentavam se equilibar em pé, enquanto marmanjos fingiam tirar um cochilo. Outros, mais caras-de-pau, faziam vistas de paisagem. Um policial assistia à cena, impassível. Comecei a ficar nervosa. Comentei o fato com uma das senhoras. Ela disse que isso acontecia com muita freqüência - nenhuma novidade. Mas soltou uma par de frases que me deixou emocionada. Eram sobre o embrutecimento do coração. Quando subiu um senhor que beirava os 90 anos, tive de fazer alguma coisa. Cutuquei o rapaz com um olho aberto e outro fechado, que estava à minha frente. "Acho que aquele senhor quer se sentar", falei. Soou baixo, abafado, envergonhado. E a resposta foi brutal. "Esse assento não está reservado."
Ainda bem que os homens não são iguais.
No mesmo dia em que visitei o simpático prédio no Brás pela CartaCapital, presenciei uma cena grotesca num ônibus da linha 695X Metrô Jabaquara-Terminal Varginha, ao voltar para casa. Três idosos tentavam se equilibar em pé, enquanto marmanjos fingiam tirar um cochilo. Outros, mais caras-de-pau, faziam vistas de paisagem. Um policial assistia à cena, impassível. Comecei a ficar nervosa. Comentei o fato com uma das senhoras. Ela disse que isso acontecia com muita freqüência - nenhuma novidade. Mas soltou uma par de frases que me deixou emocionada. Eram sobre o embrutecimento do coração. Quando subiu um senhor que beirava os 90 anos, tive de fazer alguma coisa. Cutuquei o rapaz com um olho aberto e outro fechado, que estava à minha frente. "Acho que aquele senhor quer se sentar", falei. Soou baixo, abafado, envergonhado. E a resposta foi brutal. "Esse assento não está reservado."
Ainda bem que os homens não são iguais.
Assinar:
Postagens (Atom)