quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Chuva de prata

As traças se alimentam do avental esquecido na gaveta da cozinha
O silêncio congela as horas em becos escuros.

Quero romper com o que se foi
Essa não é minha letra
A poeira e o mofo insistem em azedar o frescor dos dias.

O passado é um disco de um tempo que não me pertence
Produzido no meu tempo presente:
Invasão.

A surpresa virou raiva
O disco dilacerado, chuva de prata.
Mesmo no lixo, as farpas continuam cravadas no coração.

O dia amanheceu triste e cedo demais.